Desde janeiro, o projeto gravou nove das dez histórias escritas por moradores de cidades capixabas e mineiras que se desenvolveram no entorno da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
O pioneirismo de Colatina no surgimento do rock no Espírito Santo é a inspiração para a gravação do documentário “Colatina, a Princesa do Rock”, do jornalista Nilo Tardin, último curta-metragem a ser gravado dentro do Curta Vitória a Minas II. Uma equipe de profissionais audiovisuais, com o suporte de equipamentos de captação de imagens e som, iniciará as gravações nesta quinta-feira (30/03) e prosseguirá até domingo (02/03). O projeto é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com a realização do Instituto Marlin Azul, Ministério da Cultura/Governo Federal.
O Curta Vitória a Minas II selecionou dez histórias contadas por moradores de cidades que se desenvolveram no entorno da Estrada de Ferro Vitória a Minas para transformar em curtas-metragens. Após uma imersão de quinze dias para estudar noções básicas de roteiro, direção, fotografia, som, produção, direção de arte e mobilização comunitária, cada um dos dez autores voltou para sua cidade de origem para articular e envolver a comunidade em atividades técnicas e artísticas na fase de preparação para as filmagens. Foram quatro meses de pré-produção até o início das gravações nas cidades.
Desde janeiro deste ano já foram gravados os filmes “Dezinha e Sua Saga”, da auxiliar de serviços gerais Luciene Crepalde, de Nova Era (MG); “Reciclando Vidas e Sonhos”, da coletora de materiais recicláveis, Ana Paula Imberti, de Ibiraçu (ES); “O Último Trem”, do vendedor Fabrício Bertoni, de Colatina (ES); “Santa Cruz”, da artista visual Rita Bordone, de Ipatinga (MG); “O Tempo era 1972”, do aposentado Ademir de Sena Moreira, de Naque (MG); “Um Ponto Rotineiro”, da estudante Jaslinne Pyetra, de Baixo Guandu (ES); “Um Outro Olhar Para a Maternidade”, da contadora Patrícia Araújo, de Coronel Fabriciano (MG), “O T-Rex e a Pedra Lascada”, do biólogo Luan Ériclis, de João Neiva (ES) e “Lia: Entre o Rio e a Ferrovia”, da educadora e comunicadora Elisangela Bello.
Conheça o diretor e a história
“Colatina, a Princesa do Rock” faz uma viagem no tempo para contar como a cidade viveu a revolução de comportamento e costumes após o surgimento do rock and roll. O documentário destacará o protagonismo do município ao abrigar a primeira banda de rock do Espírito Santo, a Jet Boys.
Colatina guarda lembranças como as festas nas domingueiras do Iate Clube, as noites no LiverPub – casa de shows inspirada nos Beatles, a Rádio Clube do Rock (87.9), a única emissora capixaba que toca rock 24 horas, a visita de grandes nomes do rock brasileiro, os festivais de rock, as reuniões nas casas dos amigos para escutar os lançamentos em vinil.
A obra homenageia os momentos marcantes e os saudosos representantes do rock colatinense e celebra a contribuição do ritmo na formação de uma geração barulhenta, contestadora e rebelde.
O diretor do curta Nilo José Rezende Tardin nasceu em 02 de setembro de 1955 em Bom Jesus do Itabapoana, no Rio de Janeiro. Com um ano de idade embarcou junto com os pais em uma caminhonete acompanhando o caminhão de mudanças com destino a Colatina, um dos maiores produtores de café do mundo na década 50, aonde sua família se firmou no ramo do comércio. Aprendeu a ler debruçado sobre as revistinhas em quadrinhos antes mesmo de ir para escola. A curiosidade, o gosto e o hábito da leitura moldaram sua paixão por escrever direcionando-o ao Jornalismo.
Como repórter vivenciou as grandes transformações tecnológicas e culturais da indústria da notícia desde a utilização do linotipo – um equipamento que compõe e funde linhas de texto para impressão no sistema tipográfico – até o impacto do computador e da internet no mundo da comunicação.
Por causa da motivação e o talento para a pesquisa e a investigação, Nilo se dedicou à elaboração de matérias sobre acontecimentos marcantes da história do ES, tendo diversas reportagens selecionadas pela Biblioteca Digital do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). É defensor da preservação da memória e do patrimônio histórico, cultural e ambiental e integra a Associação Colatinense de Defesa Ecológica (Acade). Aposentado, o jornalista criou e mantém em funcionamento o Diário Digital Capixaba (Portal DDC), um site com notícias de todo o estado.
Ainda em 2023, o projeto exibirá os dez documentários e ficções em telonas de cinema montadas em ruas e praças das comunidades participantes durante sessões abertas e gratuitas. As obras serão ainda inscritas em mostras e festivais audiovisuais de todo o país, possibilitando a divulgação e a visibilidade dos conteúdos para outros públicos. Acompanhe mais informações sobre o projeto em https://cvm2.curtavitoriaaminas.com.br/
Conheça o Instituto Marlin Azul
O Instituto Marlin Azul é uma associação sem fins lucrativos criada em 1999 cuja finalidade é promover ações direcionadas à cultura, à arte e à educação, democratizando o acesso à produção e fruição de bens culturais. Em 23 anos de atividade, a instituição vem desenvolvendo diversos projetos sociais, culturais e audiovisuais voltados para diferentes públicos do Espírito Santo e do Brasil. Além do Curta Vitória a Minas, a instituição desenvolve ações como o Revelando os Brasis, Projeto Animação, Cine Quilombola e Griôs de Goiabeiras.